quinta-feira, 7 de abril de 2016

ABELHA RAINHA

De repente, assim,
incólume e consagrada,
surges do nada, enfim.

Aureolada e absoluta vais tomando tudo,
invadindo sem cerimônias e autorização,
contaminando com cheiros e intenções
o que eu supunha antigo e aposentado.

Há em ti qualquer coisa que purga e toma,
submete, absoluta, reduzindo as manhãs
a extensões de ti em veraneio na sala,
exatidão esculpida em carne e olhares.

Como então domar em mim distraído
este dançar enlouquecido e constante,
em torno do teu corpo, abelha rainha
vertendo mel na colmeia devoluta e velha,
habitada por um zangão só de passado,
mastigando o presente, sem futuro?

Pois que fique!
Tenho todas as floradas do mundo,
alguns poemas recheios da espera
e este jeitinho tímido e engraçado
de tem dizer fica.

Fica!

Francisco Costa

Rio, 28/02/2916.

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