De repente, assim,
incólume e consagrada,
surges do nada, enfim.
Aureolada e absoluta vais tomando
tudo,
invadindo sem cerimônias e
autorização,
contaminando com cheiros e intenções
o que eu supunha antigo e aposentado.
Há em ti qualquer coisa que purga e
toma,
submete, absoluta, reduzindo as
manhãs
a extensões de ti em veraneio na
sala,
exatidão esculpida em carne e
olhares.
Como então domar em mim distraído
este dançar enlouquecido e constante,
em torno do teu corpo, abelha rainha
vertendo mel na colmeia devoluta e
velha,
habitada por um zangão só de passado,
mastigando o presente, sem futuro?
Pois que fique!
Tenho todas as floradas do mundo,
alguns poemas recheios da espera
e este jeitinho tímido e engraçado
de tem dizer fica.
Fica!
Francisco Costa
Rio, 28/02/2916.
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