Falo-vos do amor,
Esta estranha dádiva
Que sendo dádiva
É também subtração.
Falo-nos do que redime
E encanta, mas dilacera,
Fazendo-nos pedaços
Que não nos pertencem mais.
Falo-vos de realização,
De consciência dos limites,
Da necessidade de ser mais,
Parte do outro, apartado,
Como uma borboleta frustrada
Por não ser uma flor.
Chora a borboleta em frangalhos,
Porque lhe falta açúcar e odor,
Chora a flor por não ser livre,
Estar presa aos galhos.
Por isso sempre juntas, aos beijos,
A flor emprestando açúcar e odor,
A borboleta dando asas à flor.
Francisco Costa
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