Impotente,
radicalmente impotente,
entre a dor e a ausência,
pingente do que oprime,
busco-me perdido, nada.
Eu, o que acreditou
e acreditando esperou,
paciente e descansado,
entre canções e filhos,
descobri-me ancião
em plena impotência,
com vontade de começar.
Já corri essas ruas,
sei de cada pedra,
das curvas e meios fios
e onde vai terminar,
mas falta-me fôlego,
coordenação motora,
capacidade de persistir.
Os homens maus estão aí,
voltaram travestidos,
com discursos outros
para dizer o mesmo,
sem tanques e cassetetes,
mas de mesmos instintos
e vontades, vender-nos,
exigindo que eu recomece,
em conspiração e raiva,
Mas entre poemas e dores
assisto-me a impotência,
impotente, e isso dói.
Francisco Costa
Rio, 25/02/2016.
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