(Pra Sonia Costa, in memoriam)
Sempre que o silêncio me invade
e o vazio se faz presente
imagino-a onde não sei,
emancipada dos meus dias,
ocupada com novas tarefas.
Passeio filosofias e religiões,
apego-me a possibilidades,
certo de que ainda existe,
quase concreta e dimensional,
mas longe dos meus sentidos.
Limitado e acanhado,
ainda no cárcere da carne,
apenas espero, distraído,
o carimbo no passaporte
que promoverá o reencontro.
Entre incertas certezas
e o calendário que se repete
mastigo ansiedade e espera,
como se num navio
que se aproxima do porto,
mostrando que todo adeus
mais não é que até breve.
Lá fora chove, mas consola-me
a certeza de saber com certeza
que sobre as nuvens há estrelas,
e que entre elas, uma é você.
Francisco Costa
Rio, 07/01/2016.
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