Música, música, sublime música,
Prima entre as primas artes,
Hálito da divindade, sopro de vida,
Farol e bússola, porto de chegada
No recanto do mais íntimo de nós.
Tempo suspenso, instante único,
Transcendência em atividade,
Intimidade com tudo, unidade
Com o que não pode ser dito,
Porque, gigante, se encolhe
Para poder caber em nós.
Música, asas postiças e repentinas
Nos pondo em imaginários vôos,
Percorrendo galáxias e campos,
Adejando cintilância e luz, cores
Derramadas dos sons ritmados,
Como primeiro passo de criança,
O primeiro e repentino beijo,
A visão do primeiro corpo nu.
Música, esse momento mágico
Tatuando impressões pra sempre,
Reduzindo-me a essa lágrima,
Única e tímida, solitária,
Em vã tentativa de inundar
Esse meu imenso vazio
Escorrendo em versos.
Francisco Costa
Rio, 17/06/2015.
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