Apenas um obscuro ponto
Na escuridão, imperceptível,
Etéreo, intuído sem provas,
Improvável possibilidade.
Mas chovendo lágrimas
Rosto abaixo, o ponto cresce,
Contorna-se rosto, um vulto
Em linhas mágicas se tece
Sonho erguido da saudade.
Submerso no que falta,
Afogado no amputado
Apenas observo, miúdo,
Reduzido em mim quieto,
Solitário, mudo.
Anjo precoce
Precocemente destronado,
O vulto agora está inteiro
E caminha no meu teclado,
Orientando-me desorientado,
Reconstruindo com palavras
O pedaço que não esqueci
Perdido no passado.
Francisco Costa
Rio, 19/07/2015.
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