quinta-feira, 7 de abril de 2016

VAZIO

Nostalgia,
saudade do não identificado,
mutilação funda na alma
reclamando complemento,
o que se perdeu no tempo
e se anuncia agora distante.

Nostalgia,
disfunção orgânica
sem que se saiba onde,
uma dor fininha e abstrata
roendo sorrisos e vontades,
esta vontade de não estar,
estando.

Nostalgia,
paixão sem objeto,
amor intransitivo e só,
uma réstia de escuro na luz,
essa ausência de vontades
reduzindo-nos a ser só
nostalgia.

Francisco Costa

Rio, 17/02/2016.

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