(Pra amiga Lucia Palma Gama,
Que me reclamou um poema)
Queda-se a tarde
Em penumbra e silêncio,
Eco do que em mim se estampa,
Este permanente estar só,
Ainda que no meio de mil,
Debulhando ancestral solidão.
Agora só me resta as palavras,
A ordenação gráfica e urgente
Na ilusão de me repor integral,
Mais que este homem encolhido,
Presa das próprias emoções
Jorrando distraídas e ordenadas
Numa tempestade de palavras.
Paciente e compenetrado
Apascento-as, pastor de ofício
Diante do vocabular rebanho
Reclamando decifração.
Esta a minha sina, tourear-me,
Toureiro e touro em luta,
Ostentando a lança da espera,
O manto da saudade, a solidão.
Francisco Costa
Rio, 03/07/2015.
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