sexta-feira, 22 de abril de 2016

OS DONOS DAS NOITES

Prenhe de amores,
Levanto-me, incontinente,
Rumo ao sol que me alimenta,
Pronto à luta que me impõem.

Há uma estranha brisa, e mormaço,
Prenúncio de tempestade prestes
E que me exigirá na chuva, molhado
De mais afinco e determinação.

Não será com o bombardeio de palavras,
A metralha das acusações,
Os tiros da calúnia em ódio estampados
Que me farão recuar e calar.

O sol de amanhã exige que eu afaste as nuvens
E pinte o céu de azul, retome as cores
E as espalhe de novo no meu país.

Os brutos não passarão, não retornaremos
Porque há escarpas e farpas, cacos de vidro
Atrapalhando o caminho. Insistiremos.

Enquanto o sol não retornar de novo
Iluminaremos tudo com a chama quente e clara
Da nossa determinação, insistiremos.

Ainda que nos queiram na noite,
Seguraremos os ponteiros dos relógios,
Impedindo as dezoito horas que querem,
A partir do que teríamos olhos inúteis
E vontades inválidas.

Os donos da noite não vencerão!

Pequeno vaga-lume cada um de nós, juntos
Garantiremos o necessário clarão,
Até que o sol venha de novo nos iluminar.

Os donos da noite não vencerão!

Francisco Costa
Rio, 10/04/2016.


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