sexta-feira, 22 de abril de 2016

Choro-me
Província isolada do que fui,
Albergue de quereres,
Exílio de vontades antigas.

Cansado, tateio sorrisos,
Amenos momentos,
Reencontros comigo,
Aquele menino doce,
Levando as manhãs nas mãos.

Busco-me
Como quem a si se busca
No escuro, em tato e olfato,
Porque de olhos inúteis,
Inválidos, esmaecidos,
Embaçados por lágrimas.

Quem me lê distraído
Imagina-me digitando.

Não! Escorro no teclado,
Desfeito, disforme,
Chorando.

Francisco Costa.

Rio, 30/09/2015. 

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