Choro-me
Província isolada do que fui,
Albergue de quereres,
Exílio de vontades antigas.
Cansado, tateio sorrisos,
Amenos momentos,
Reencontros comigo,
Aquele menino doce,
Levando as manhãs nas mãos.
Busco-me
Como quem a si se busca
No escuro, em tato e olfato,
Porque de olhos inúteis,
Inválidos, esmaecidos,
Embaçados por lágrimas.
Quem me lê distraído
Imagina-me digitando.
Não! Escorro no teclado,
Desfeito, disforme,
Chorando.
Francisco Costa.
Belíssima, pungente ...
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