Horroriza-me
não saber da tua nudez,
compor teu corpo imaginado
com colagens de outros corpos.
Blindada em roupas,
és cartão postal, fotografia,
anunciação de distância,
entre a esperança e a frustração,
como guloseima na vitrine, apartada
pelo vidro entre a fome e o menino.
Ainda que mil sóis amanhecessem,
a cortina que te cobre e esconde
é a imposição de uma longa noite
sem estrelas, feita só de imaginação.
No escuro te espero.
Francisco Costa
Macaé, RJ, 19/10/2015.
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