quinta-feira, 7 de abril de 2016

CONSTRUTOR

Vou construir uma casa para nós.
De ternura farei o teto, de afeto
Cada parede, e de esperança
O chão que pisaremos firmes.

Porei alegria nas janelas,
Liberdade nas portas,
Cores espremidas entre a luz
E a penumbra que nos acolherá,
Nus, na impaciência dos amantes.

Mobiliarei com carícias e sonhos,
Cuidando de semear flores
Em redor, porque casa sem flores
É pássaro que não trina a manhã,
Fazendo-a pálida imaginação
Do que se ostentaria alegria.

Um vira latas é imprescindível,
De cauda ereta e olhar dócil,
Adocicado, em reclamos
De desmedida atenção.

Por fim, a convidaria para entrar,
Surpreendida e assustada,
Porque sem ela estar
A minha casa seria nada.

Francisco Costa

Rio, 30/07/2015.

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