Agora quero-me só,
Como a ostra e sua concha,
O sol, sombra ao avesso,
Escondendo estrelas,
Reinando só sobre mim.
Chega de ostentação,
De ser de domínio público,
Escancarado e transparente,
Como paisagem comum
Inundando retinas.
Quero-me agora só meu,
Finalmente cativo de mim,
Propriedade privada,
Nos limites do meu corpo.
Parágrafo último
De um livro já escrito,
Aproxima-se o ponto final,
Hora de me aposentar,
Ou morrer.
Que as traças e o tempo
Cuidem do que fui.
Francisco Costa
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