quinta-feira, 7 de abril de 2016

MEIO CORDEL, MEIO COM RAIVA

Da extirpe de Antonio Virgulino,
um lampião na escuridão,
vergo e não quebro,
tombo e não caio,
não temo macacos.

Amamentado nas tetas Tiradentes,
ojerizo-me dos Silvérios,
Judas a serviço dos Reis,
reles nulidades
em contraponto a exemplos.

Contemporâneo quilombola
em oferenda de negro sangue
no altar de Zumbi entronizado,
enojam-me os capitães do mato,
os mercadores da humana carne
nos porões da política.

Soldado do Capitão Lamarca,
cedo aprendi e compreendi
que o silêncio que me impõem
é a oportunidade que planejei,
minuciosa, em cada madrugada.

Sem silêncio não há emboscada.

Francisco Costa

Macaé, RJ, 12/12/2015.

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