Da extirpe de Antonio Virgulino,
um lampião na escuridão,
vergo e não quebro,
tombo e não caio,
não temo macacos.
Amamentado nas tetas Tiradentes,
ojerizo-me dos Silvérios,
Judas a serviço dos Reis,
reles nulidades
em contraponto a exemplos.
Contemporâneo quilombola
em oferenda de negro sangue
no altar de Zumbi entronizado,
enojam-me os capitães do mato,
os mercadores da humana carne
nos porões da política.
Soldado do Capitão Lamarca,
cedo aprendi e compreendi
que o silêncio que me impõem
é a oportunidade que planejei,
minuciosa, em cada madrugada.
Sem silêncio não há emboscada.
Francisco Costa
Macaé, RJ, 12/12/2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário