sexta-feira, 22 de abril de 2016

Que pode um homem apaixonado
Senão morder-se de desejos
E em vontades navegar?

Como atinar com a urgência
Das solicitações e exigências,
Se já todo preenchido,
Mais não sendo que a cobiça
Que o habita e prostra?

Amar. Ah! Amar, atividade
Que nos devolve inteiros
Às próprias origens,
Nos fazendo íntegros
Quando éramos só pedaços,
Essa salutar doença
Pondo a solidão em fase terminal.

Entre o amar e o não amar
O homem é só uma ponte
Entre manhãs cálidas de sol
E um nebuloso e triste temporal.

Francisco Costa

Rio, 25/10/2015.

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