Que pode um homem apaixonado
Senão morder-se de desejos
E em vontades navegar?
Como atinar com a urgência
Das solicitações e exigências,
Se já todo preenchido,
Mais não sendo que a cobiça
Que o habita e prostra?
Amar. Ah! Amar, atividade
Que nos devolve inteiros
Às próprias origens,
Nos fazendo íntegros
Quando éramos só pedaços,
Essa salutar doença
Pondo a solidão em fase terminal.
Entre o amar e o não amar
O homem é só uma ponte
Entre manhãs cálidas de sol
E um nebuloso e triste temporal.
Francisco Costa
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