Agora quero-me só,
como a ostra e sua concha,
o sol, sombra ao avesso,
escondendo estrelas,
reinando só sobre mim.
Chega de ostentação,
de ser de domínio público,
escancarado e transparente,
como paisagem comum
inundando retinas.
Quero-me agora só meu,
finalmente cativo de mim,
propriedade privada,
nos limites do meu corpo.
Parágrafo último
de um livro já escrito,
aproxima-se o ponto final,
hora de me aposentar,
ou morrer.
Que as traças e o tempo
cuidem do que fui.
Francisco Costa
Rio, 04/11/2015.
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