Eu, conflito de sensações,
Caos posto no olhar,
Contradições expostas,
Palmilho, andarilho,
Os meandros de mim.
Ora lúcido, ora longe,
Busco-me inteiro
Nos pedaços que perdi
E incomodam distantes,
Reclamando decifrações.
Já não sou o que me habita,
Impaciente e concentrado,
A procura de um espelho
Onde possa se ver.
Sou o outro, displicente
E trivial, distraído,
Em provimento da vida,
Distante do que importa,
Estranho porque comum,
Como uma ostra inexata
À procura da sua concha,
Vendo em cada verso
Mais uma possibilidade
De encontro com o outro
Que, incompleto,
Também em si se procura.
Francisco Costa
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