Ainda que se liquefaçam as pedras
e se derreta a areia, gelatinosa
e fétida, numa sopa de mentiras,
não passarão.
Mesmo que se ofusque o sol
e o escuro se faça o diário pão,
silencioso e permanente,
não passarão.
Que sequem as árvores
e imobilizem os bichos,
murche a flor mais bonita
porque, ainda assim
não passarão.
Mesmo que inaugurem ruínas
e edifiquem escombros,
reduzam a pó a realidade,
não passarão.
Ainda que se pretendam deuses
e exijam holocaustos e mortes,
elaborem textos de ódio e dor,
não passarão.
Não passarão, jamais passarão
porque homens de bem, bons,
estarão atentos, vigiando,
cuidando, com a certeza de que
não passarão.
Francisco Costa
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