quinta-feira, 7 de abril de 2016

Que podem os homens maus
Senão no silêncio dos justos?

Como emitirem os tentáculos
Do que oprime e corrompe,
Senão pela omissão dos justos?

Como a prevalência da ignomínia,
Da fraude, das artimanhas
E sinecuras que boiam, tirânicas,
Sobre a realidade dos dias?

Como reinaugurar a dignidade
Se persistem os escombros
E ruínas do que é lícito e claro,
Impedindo o provimento
Do que se quer normalidade?

Como apascentar o rebanho
De reses divididas, babando ódio,
O ódio que viceja sem sentido,
Reduzindo tudo a só ódio,
Não mais que ódio estampado
Nas dobras do que seria amor?

O que foi feito de nós, afetivos
De sorrisos permanentes,
Agora de dentes trincados,
Como feras prontas ao bote?

Onde esqueceram os brasileiros,
Em que tempo ou esquina,
Em que momento?

Porque a persistência disso,
A imposição desse cardápio
De insalubres repastos,
Se em cada um de nós,
Ainda que machucado,
Pulsa um coração?

Meu Deus! Mataram o Brasil!

Francisco Costa

Rio, 17/07/2015.

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