sexta-feira, 22 de abril de 2016

Como dizer não,
Se tudo em mim conspira,
Ela em mim transpira,
Em sempre mesma ocasião?

Como furtar-me ao óbvio,
Fingir-me imune e alheio,
Se ela lastreia meus versos
E me aponta caminhos?

Como dizer não a uma foto,
A uma palavra digitada,
À imaginação correndo solta
Ao encalço dela distraída?

Como não me admitir rendido
Numa batalha que se inicia,
Previamente derrotado,
Capturado,
Sem mais saber dizer não?

Francisco Costa

Rio, 12/04/2016.

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