Com fantasmas faço a minha insônia,
Hiato entre a sanidade e o desespero
Porque de fantasmas reais, concretos,
De corpos apodrecendo nas tumbas
E sepulcros da moral, nas covas rasas
Onde repastam os vermes da podridão,
Da imoralidade, da descompostura,
Do impudor que se sacramenta crime.
Obsessivos e renitentes, rancorosos,
Assombram o que se quer pacífico,
Semeando ódio e pânico, conjurando
Maldades, tecendo tramas inconfessas,
Manipulando o que mais não seja ódio,
Em proveito próprio, antinaturais
E macabros, soturnos, horripilantes,
De inconfessáveis intenções no
alforje.
Se discursam assombram, senadores
E deputados, mandatários do medo
Que se estampa silêncio cúmplice,
Quando não urros símiles na mídia,
Portal de indignidades postas na
mesa,
Nas consciências, como se cardápio
De lautas e saborosas refeições,
Prestes a consumarem-se na mentira.
Mas passarão. Logo o meu sono virá,
Reparador e tranqüilo, delicado,
suave,
Recheado de balsâmicos sonhos,
Com homens trabalhando tranquilos,
Crianças brincando, em apologia
A tempos novos, feitos de alegria,
Pão, escola, emprego, saúde, poesia.
Francisco Costa
Rio, 17/07/2015.
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