Apareceram as Margaridas.
Como que tanajuras,
brotadas do ventre da terra,
mãos calejadas das enxadas,
rostos ressequidos de sol,
ei-las que desabrocham,
femininos gritos no dia.
Ei-las, não nobres rosas,
burguesas orquídeas,
importadas tulipas,
mas só margaridas,
margaridas apenas,
coletivas flores do campo,
miolos amarelos de Brasil,
pétalas incorruptíveis
porque brancas de paz.
Ei-las, lábios e úteros,
mulheres em apelo,
em explícito exemplo
às companheiras:
beijar e protestar
são as formas de amar
das mulheres guerreiras.
Ei-las, flores explícitas
em marcha cadenciada
ornamentando a passeata,
sensual e perfumada.
Francisco Costa
Rio, 12/08/2015.
Obs: Margaridas são como se autodefinem as mulheres do MST.
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