quinta-feira, 7 de abril de 2016

MARCHA DAS MARGARIDAS

Apareceram as Margaridas.
Como que tanajuras,
brotadas do ventre da terra,
mãos calejadas das enxadas,
rostos ressequidos de sol,
ei-las que desabrocham,
femininos gritos no dia.

Ei-las, não nobres rosas,
burguesas orquídeas,
importadas tulipas,
mas só margaridas,
margaridas apenas,
coletivas flores do campo,
miolos amarelos de Brasil,
pétalas incorruptíveis
porque brancas de paz.

Ei-las, lábios e úteros,
mulheres em apelo,
em explícito exemplo
às companheiras:
beijar e protestar
são as formas de amar
das mulheres guerreiras.

Ei-las, flores explícitas
em marcha cadenciada
ornamentando a passeata,
sensual e perfumada.

Francisco Costa

Rio, 12/08/2015.
Obs: Margaridas são como se autodefinem as mulheres do MST.

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