sexta-feira, 22 de abril de 2016

Como poderás dizer está morto
Se estarei em tua memória,
Ou balbuciar ele morreu,
Tocando em tudo o que toquei?

Como prantear-me a lembrança
Se lembrado estarei vivo,
Embora de corpo ausente?

Não, eu não morrerei,
Ninguém morrerá.

Conservaremos o cheiro e a voz,
As feições e o caminhar,
Os impropérios e os sorrisos,
Só que com o corpo escondido.

Só morrerei de verdade
Se você não estiver mais aqui
Porque, como eu,
Já sem um corpo.

Aí sim, eu estarei morto.

Francisco Costa

Rio, 03/11/2015.

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