Trilho-me aos pedaços,
Disperso e distante
No acorde da canção.
Ela tem o teu cheiro,
Tuas formas ritmadas,
O hálito vegetal,
Hortelã com hormônios,
Logo ao amanhecer.
Milimetricamente exata,
Inundando-me os ouvidos,
Cada poro, agora baldio,
Carente, é só uma canção,
Melíflua e doce, sonora
Como o teu último beijo,
Invisível e úmida imagem
Tatuada em meus lábios.
Mas sorvo-a sôfrego,
Urgente e definitivo,
Como se num abraço
De jamais desabraçar.
Francisco Costa
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