Eles voltaram
E querem se fixar em tudo
E em tudo fazer morada.
Vorazes, estendem as patas sujas,
As ávidas presas prontas ao bote,
Dispostos à permanência eterna.
São os saídos dos latifúndios,
Das igrejas, das catacumbas
Onde jaziam em ódio e pressa,
Arquitetando golpes e assaltos,
Antevendo o botim dos fartos,
O saque, a indébita apropriação.
Travestidos piedosos monges,
Destilam peçonha nas entranhas,
Falaciosos e fingidos, disfarçados.
São os coronéis de engenho,
Os capitães de indústria,
Os capatazes de carências
E encarregados do caos
Deitando acampamento hoje
No que supúnhamos antigo,
Já morto e longe enterrado.
Não mais ostentam baionetas,
Aposentaram tanques e canhões,
Trocados por togas e discursos
No festim dos fartos.
Cínicos, contabilizam o subtraído
E auditam o a subtrair,
Empedernidos ladrões,
Salteadores contumazes,
Robins Hoods ao avesso
Em saque às contas públicas,
Ao erário de todos, querendo-se
Os donos das chaves dos cofres
E proprietários de vidas alheias.
Malditos sejam aqueles,
Todos aqueles que, sórdidos,
Mais uma vez sonhando moedas
Onde só haverá revolta
Por mais uma derrota.
Não passarão!
Não se pode podre
O que ainda não floresceu.
Se o mal conspira
O bem nos inspira.
Francisco Costa
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