Se a velhice
bateu à tua porta,
Lembra que o
tempo não conta
No que não
se pode tangível,
Palpável,
capaz de perecer.
Na essência
permaneces íntegro,
Capaz de
sonhos e pesadelos,
Com planos e
projetos, desejos,
Como se
tivesses a eternidade
Inteira, desmedida,
a disposição.
As flores
não se te recusam,
Não se
esmaeceram as cores,
O sol é o
mesmo de sempre,
Os pássaros
trinam e nidificam,
Teu coração
pulsa e sangra,
Se
complementa no que gostas.
Agora tens
descendentes, filhos,
Netos,
amigos velhos, vizinhos...
Que contaram
no calendário,
Junto
contigo, vitórias e derrotas,
Realizações
e arrependimentos
Que te
transformaram, amiúde,
Nesse ser
experiente e desgastado.
Ao que
chamam velho, bem sabes,
É só um
menino de corpo cansado,
Ainda há
muito para experimentar.
Abre o teu
mais lindo sorriso,
Pensa numa
sacanagem, se preciso,
E põe um bom
disco pra tocar.
E cante, em
voz alta e clara, e dance,
Até se
perceber um menino a brincar.
Francisco
Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário