domingo, 30 de novembro de 2014

Tonto coração,
Criterioso na escolha de impossibilidades,
Do que se anuncia distante e inacessível,
Em ardentes desejos de só desejos,
Nascidos para a irrealização.

Insano coração,
Pondo olhos no que não pode,
Farejando o proibido, lancinando-se
Em vazios de difícil preenchimento:
Aquela mulher casada,
Aquela mulher distante,
Aquela mulher imune a abordagens,
Em recital único de sonoro não.

Demente coração,
O que não se basta quieto,
Dá para consultar o cérebro?
O pênis é péssimo conselheiro.

Covarde coração,
Limitado e sem autonomia,
Idiota e sem noção, só emoção,
Porque tinha que me arrastar,
Alienando-me da razão?

Francisco Costa

Rio, 30/11/2014.

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