Acabaram as
férias da inspiração,
O recesso
imposto, unilateral,
A ausência
compulsória e fatal.
Os versos
voltaram, jorram de novo,
Escravizando-me
os instantes
E a
existência, inventariando sonhos
Que redijo,
escravo das palavras.
Surpreendentes
e inesperados,
Exigem-me
agora em vigília, atento,
Pronto para
fixá-los, maiores que eu.
Já perdi
noites tentando entender,
Buscando os
motivos e as fontes,
As razões da
diferença estampada,
Fazendo-nos mutilados
e parciais
Se não
exercendo o ofício da escrita.
Desisti
quando percebi contrariado
Que não é
questão de escolha, opção,
Mas
necessidade orgânica, visceral,
Como a água,
os beijos, o pão.
Resistir é
assistir ao próprio funeral,
Vê-se morto
de tédio e solidão.
Francisco
Costa
Rio,
23/08/2014.
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