Resguardo-me
para não sei quando,
Incipiente e
primário, inocente
De que a
vida passa e vou a reboque,
Mero
predicado da essência que não sei.
Apartado do
que os homens práticos chamam de útil,
Perco-me em
encantos não mercantilizáveis,
Seduções não
afeitas ao comércio. Gostares
Distantes de
compras e vendas, câmbio, negócios.
Este o meu
reino, o das coisas sem futuro,
E que
ostento em minhas vitrines interiores,
Longe de
clientes, público, consumidores.
Apartado do
mercado, consumo-me, e só.
Vivo de
sonhos, mesmo quando acordo,
E se os que
me chamam de poeta
Entendem
poetas como seres fugidos do mundo,
Concordo.
Francisco
Costa
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