quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Resguardo-me para não sei quando,
Incipiente e primário, inocente
De que a vida passa e vou a reboque,
Mero predicado da essência que não sei.

Apartado do que os homens práticos chamam de útil,
Perco-me em encantos não mercantilizáveis,
Seduções não afeitas ao comércio. Gostares
Distantes de compras e vendas, câmbio, negócios.

Este o meu reino, o das coisas sem futuro,
E que ostento em minhas vitrines interiores,
Longe de clientes, público, consumidores.

Apartado do mercado, consumo-me, e só.

Vivo de sonhos, mesmo quando acordo,
E se os que me chamam de poeta
Entendem poetas como seres fugidos do mundo,
Concordo.

Francisco Costa

Rio, 21/09/2014.

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