quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Em Havana o tempo não anda.
Lá os homens andam no tempo,
Em ritmo humano, na cadência
Dos próprios prazeres e sorrisos.

Cada um patrão de si, determina
Em que velocidade andar e sorrir,
Não cronometrados pelo capital
Que exige urgência e pressa.

Imunes ao estresse e distantes
Do que retalha e aliena,
Sorriem fácil e jogam dominó
Nas manhãs de domingos
E fins de tardes, reunidos
Nas varandas e alpendres.

Viciados no consumo,
Lastimamos que não bebam
Coca cola e passeiem no shopping,
Assistam novelas e comprem
O que não precisam,
Com o dinheiro que não têm.

Os que pensam Cuba arquivada
Arquivaram-se nos armários
Dos sorrisos comprados,
Da felicidade momentânea,
Da realização transitória,
Postos como refeição principal,
Que não sacia nem alimenta.

Francisco Costa

Rio, 12/10/2014.

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