(Me tirar
aqui do sítio? Jamais!)
Meu médico,
facínora do prazer,
Estabeleceu-me
limitações,
Proibições,
quase não ter o que fazer.
Abstenção do
uso da enxada
E parcimônia
no uso das inchadas,
Como se eu
fosse me render ao capim
E aos instintos
que latejam em mim.
Controle das
emoções, nada de zanga,
Fuga do que
irrita e provoca instintos,
Desses
inconfessáveis, de dilacerar,
Arrancar as
tripas, emitir passaporte
Para que o
infeliz vá para o inferno.
Sol só com
protetor solar
(vou carpir
com cobertor, doutor),
E pílulas,
drágeas, comprimidos...
Tudo o que
for capaz de ser engolido,
E as
malditas injeções, abelhas inúteis
Picando-me
os braços e a bunda.
Nada de
fazer força ou se cansar
(sexo light
e tesão ameno affffff),
Diminuir o
número de cigarros,
Dormir pelo
menos oito horas
E ficar
atento às cicatrizes da cirurgia,
Procurando-o
imediatamente
Se
intumescer ou avermelhar.
Tantos
conselhos...
Só pode ser
para justificar a consulta,
Os
honorários, a grana alienada da saúde.
Ele poderia
ter abreviado tudo:
“Vou lhe
manter morto
Para que você
permaneça vivo.”
Francisco
Costa
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