sábado, 29 de novembro de 2014

Eu, o que só aposta no improvável
E procura o inacessível,
Impaciente na espera,
Mais não posso que a decepção.

Vivo em mundo paralelo,
Perfeito porque apenas idealizado,
Flutuando no espaço das realizações.

Ocasionalmente exilo-me na realidade,
Cultivando insatisfação tanta
E tanto inconformismo
Que o retorno só se torna possível
Comigo me livrando do lastro,
Reduzindo a bagagem,
O que faço deixando versos.

Minha poesia é isso,
Bagaço do vivido,
Corda que ata o aqui e o agora
Com o que teria sido possível.

Impotentes para mudar o mundo,
As borboletas apenas voam.

Francisco Costa

Rio, 29/11/2014.

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