Normalmente
escrevo chorando
Porque em
mim confundem-se
Palavras,
realidade, sentimentos...
Fazendo-se
concretos nos poemas.
Ora é a
mulher inabordável
Porque
distante ou indiferente,
Ou próxima e
ao alcance, concreta,
Mas incapaz
de encarnar poemas.
Às vezes
fotografo corpos meninos,
Senhores de
compromissos e labuta,
Com dependentes,
sonhos, vontades,
Desfazendo-se
em sangue e moscas
No reles do
chão indiferente,
Aguardando-os
para a refeição.
Visito
bairros proletários, subúrbios...
As adjacências
da morte e da carência,
Onde
cultivam o luto e o resguardo,
Se enfeitam,
precavidos e dissimulados,
Em álcool,
estupefacientes e velórios,
Esperando o
milagre da multiplicação.
Cultuo
amanheceres e entardeceres,
Namoro a lua
e me faço amante do sol.
Tenho haréns
de estrelas e flores,
Coleções de
insetos e aves baldias
Que
ocasionalmente me visitam,
Trinando
enlevo no meu canto.
Tem a praia,
tem o campo, a paisagem,
O cenário
onde me exerço personagem
Passageiro
esperando-se eterno,
Simples e
só, direto, mas com enigmas,
Como
qualquer poema ou texto em prosa,
Entre o
signo primeiro, em maiúscula,
E o ponto
final, afinal.
Francisco
Costa
Rio,
25/08/2014.
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