É agora,
quando a penumbra cobre copas
E as árvores
se exilam no anonimato,
Levando as
cores e os pássaros,
Que me
possuo por inteiro, integral,
Em duelo com
as lágrimas.
Agora é
quando os meus mortos acordam
E me
oferecem a infância de volta,
E cada
mulher, hiato entre solidões,
Insiste em
me lembrar que se foi
Sem levar
pelo menos o meu corpo.
Agora,
exatamente agora, noturnas,
É que minhas
dores acordam bem dispostas,
Em ânimo
febril de me habitarem calado,
Mascando-as
lenta e pausadamente,
Para mais
sorver o sabor.
Seis e meia,
hora do meu despertar sozinho,
De corpo
baldio e alma devoluta,
Aguardando
posse.
Seis e meia,
momento triste
Em que os
ponteiros fogem do relógio e,
Impiedosos,
se cravam em mim,
Cadáver
consciente esperando reencarnar
Na manhã
seguinte.
Francisco
Costa
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