Já não me
reconheço nos meus versos,
Como se no
fim de longa jornada,
Subindo
colinas de palavras versificadas,
Atento à
sinalização de pontos e vírgulas
Orientando,
pacientemente subindo.
Em trânsito
de mão única, sem retorno,
Indago se
depois um precipício escuro,
Um abismo
sem fim, ou se o consolo
De novas
palavras e novos versos,
Em encontros
e confraternização
Com os que
me antecederam
Na jornada e
também esperam,
Ou o
encontro com deuses e utopias.
Tudo tem
cheiro de vão, sabor de inútil,
Como se a
vida mais não fosse que nada,
Peregrinação
vazia de sentidos e metas,
Simples
corrosão de vontades abortadas,
Átomos
temporariamente organizados
Para o
sofrimento da carne envelhecendo.
Agora tudo é
fantástico e inesperado,
Conta no
inventário do absurdo,
Como se
nunca vivenciado,
Reclamando
novas interpretações.
Diante da
morte tudo é superficial
E nada se
justifica, porque passageiro
Como um
soneto declamado na tarde,
Insuficiente
para impedir a noite.
Impotente e
assustado, espero.
Francisco Costa
Rio,
24/08/2014.
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