Compliquei.
Eu poderia
ter sido um lavrador,
Revolvendo a
terra e as manhãs,
Cultivando
cores e comida,
Contaminando
com plantas.
Talvez
aquele carroceiro na estrada,
Atravessando
o espaço e o tempo,
A vida,
puxado por um burro.
Quiçá um
pescador,
Sonhando
fartos cardumes,
Em
concorrência com as gaivotas,
Colhendo
carnosos corpos no mar.
Quem sabe só
um menino sentado,
Sonhando com
lavras, carroças,
Pescarias,
perdido e tristonho,
Entre o que
queria e o que é,
Um lavrador
de palavras
Em carroças
poemas
Pescando
sonhos.
Não fosse a
poesia
E a vida
seria
Uma longa
noite
Com todos
dormindo.
Francisco
Costa
Rio,
29/11/2014.
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