sábado, 29 de novembro de 2014

Compliquei.
Eu poderia ter sido um lavrador,
Revolvendo a terra e as manhãs,
Cultivando cores e comida,
Contaminando com plantas.

Talvez aquele carroceiro na estrada,
Atravessando o espaço e o tempo,
A vida, puxado por um burro.

Quiçá um pescador,
Sonhando fartos cardumes,
Em concorrência com as gaivotas,
Colhendo carnosos corpos no mar.

Quem sabe só um menino sentado,
Sonhando com lavras, carroças,
Pescarias, perdido e tristonho,
Entre o que queria e o que é,
Um lavrador de palavras
Em carroças poemas
Pescando sonhos.

Não fosse a poesia
E a vida seria
Uma longa noite
Com todos dormindo.

Francisco Costa

Rio, 29/11/2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário