Vítima da
surrealidade,
Os meus
amores são todos improváveis:
Uma tem
marido no patrimônio,
A outra
exige que eu atravesse oceanos,
A terceira
tem ciúmes de poemas.
Empedernido
e resignado solitário,
Namoro-as a
todas, em versos,
No farto
exercício da imaginação
Que as viola
e submete, musas distraídas
Ornamentando
a minha existência.
Pudera e eu
nadaria, voaria,
Me
transmutaria em vento ou nuvem,
Até me
tornando invisível e onipresente,
Para
distribuir flores, muitas flores,
A todas e a
cada uma, indistintamente,
Reservando o
meu corpo e meus desejos
Para flor
única, desabrochada no segredo,
No degredo
onde habita o meu corpo,
Monumento
que se expõe para ninguém.
Francisco
Costa
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