Jamais pensei,
sequer desconfiei,
Que nesta
altura da vida,
Contrariando
um histórico de exageros
Em corpos do
sexo oposto,
Eu iria me
apaixonar por um homem.
Surpreendido
e gratificado, rendo-me
Ao olhar
doce e encantado de Leone,
O que me
esperou por meio século,
Certo de que
eu guardaria o melhor,
O que retive
obstinado, quase em avareza,
Para oferecê-lo,
em culto de puro amor,
Sagrada e visceral
necessidade para existir.
Súbito,
contrariando a ordenação de tudo,
Saído de um
sonho inimaginado, surreal,
Desses que
nascem em contos de fadas,
Foi-me dado o
alimento para a sobrevida,
Leone, combustível
para mais versos e risos,
Tardio filho,
temporão para mais diferente,
Mais que uma
luz no fim do túnel,
O próprio
túnel por onde caminho,
Rejuvenescido
e orgulhoso ao ouvir “papai”.
Francisco
Costa
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