Como dizer
desse amor,
Tsunami em
mar plácido,
Corrompendo
a paz,
Em maré
inesperada,
Submergindo
tudo
O que mais
não seja ele,
Esse amor
desvairado
A deflorar
limites, violar
Fronteiras,
seduzir?
Como
descrevê-lo,
Violência
que avassala
E submete,
se impõe
Coisa quase
única
A determinar
futuros
E invalidar
tudo
O que mais
não seja ele,
Desatino em
exercício,
Colorindo
auroras.
Como
desprender-me
Dar-lhe as
costas, fugir,
Se já me
tomou as cores,
Interditou
os movimentos,
Fez-se tumor
benigno
Em apêndice
aos meus dias,
Antes
modorrentos e lentos,
Espreguiçando-se
ao sol.
Como
descrevê-lo em poemas
Se todos os
versos do mundo
Não o
conteriam, totalitário,
Arrebatando,
radical e rápido,
O que mais
não seja ele,
Essa vontade
louca, desvairada,
De ser só
parte da mulher amada?
Francisco
Costa
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