terça-feira, 18 de novembro de 2014

Entre lírios e madressilvas,
Bromélias e azáleas, zínias,
Há uma flor desconhecida,
Não catalogada no mercado,
Imprópria a floreiras e jarras
Porque não comercializada.

Não é merecedora de podas,
Calagens, escoras, adubação,
Vivendo do próprio mérito,
Por esforço próprio e própria
Determinação. É flor proletária,
Só uma na multiplicidade vária.

Mas o sol não sabe disso,
Nem o vento e a chuva.
Nada disseram aos insetos
Nem aos nutrientes do solo,
De maneira que a flor baldia
Insiste na consecução do pólen,
No desabrochar diário, luminosa,
Mostrando que só os homens
E seus estranhos mecanismos
Distinguem flores, catalogando-as,
Como fazem com si mesmos.

Deus não distingue flores!

Francisco Costa

Rio, 16/11/2014. 

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