Quando o dia
se faz cacos dos acontecimentos,
Resquícios
de pretensões e fatos consumados,
As cores
migram para os arquivos da saudade.
Um homem é o
seu passado, acervo distraído
Do que o
trouxe e sustenta, justifica e ostenta.
Nenhuma
noite se repete, nenhum dia é igual,
Nada retorna
para se mostrar de novo, em bis,
Porque o
universo caminha em constância
De rio
perene, em remanso e ritmo moroso,
Cada vez
mais longe da sua nascente, fonte
Do que já
nasceu foz, vertedouro de si mesmo
Atestando a
própria história, lastimando
As margens
que o contiveram
E as pedras
que atrapalharam,
Impotente
para retornar e mudar tudo.
Em
autocrítica, um rio pode dizer
“Tanto
esforço para me diluir no mar”
Ou “cresci e
me tornei um oceano”,
E aqui
reside a felicidade, a suprema utopia,
Túmulo da
realidade, berço da poesia.
Francisco
Costa
Rio,
10/11/2014.
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