domingo, 23 de novembro de 2014

Anormal porque anomalia no que eu supunha comum,
Mostrou logo a diferença, a capacidade de ocupar tudo,
Tomar todo o espaço e se fazer coisa única e precisa,
Toda ela inusitados movimentos, coordenada precisão
Em prodígio de desempenho, muito mais que mulher,
Um lampejo cósmico, primeiro, no instante da criação.

Ora lúdica, ora severa, domesticada ou selvagem, fera,
Em alternância de atitudes e gestos, quereres novos,
Sempre em harmonia com o momento, declinou de tudo
E se reduziu a um sorriso molhado dizendo eu te amo.

Foi aí que me descobri capaz de versos, de poemas
Em adendo a ela, nobreza posta no calor da carne
Reduzida a mundana flor ornamentando os meus dias.

Francisco Costa

Rio, 22/11/2014.

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