Escravos
contemporâneos,
Os operários
coabitam senzalas urbanas
E troncos
edificados nas proletárias carências.
Os senhores
de engenhos migraram,
Deixando os
capitães de indústria,
Os generais
de Exército, os almirantes,
Os sargentos
de polícia e seus cães amestrados
Farejando a
miséria e identificando as carências.
Mais que me
doerem os cadáveres no mato,
Os gases
lacrimogênios, as balas perdidas,
Arde-me de
indignação o silêncio dos justos,
O equívoco
dos inocentes, os votos inúteis
De mucamos
defendendo os sinhozinhos.
Entre
capatazes, carrascos e gigolôs
A alienação
orbita as consciências
Semeando
certezas que não modificarão nada.
Em oposição
a si próprios engambelam-se
Com o
purgante adocicado com mel,
Esperando o
momento de se curvar,
Mais uma
vez, à casa grande prometendo
A redenção
que os próprios eleitores matarão.
O que seria
rota de saída
Poderá ser
trilha de retorno.
Travestidos
de tucanos os urubus esperam.
Francisco
Costa.
Rio,
22/08/2014.
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