Quando todos
os poemas tiverem se ido,
Alheios à
inspiração ausente, e as cores
Se
esmaecerem chorosas em cinza ou gris,
Ao poeta só
restará o anonimato e a dor,
Alheio a si
mesmo, rejuntando saudade.
O tempo pesa
e mais pesa insustentável
A memória navegando
em canções e rostos,
Em
amanheceres que não se repetirão
E anoiteceres
que se ensaiam o definitivo,
Sem lua, sem
estrelas, sem sons e versos.
Mas por
agora ainda não. Compenetrado,
Localizando
o fonema exato e a rima certa,
O poeta
debulha ainda a precisão de estar
Certo da
trilha para o caminho ausente,
Rumo a um
dia sem sol e sem luz, sem nada,
Feito só de
uma solidão tão grande e má
Que
imprópria a qualquer coisa
Que não seja
mais que a solidão,
Esta rocha
dura que um dia foi algodão.
Mas por enquanto
ainda restam as palavras.
Francisco
Costa
Rio,
22/08/2014.
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