Sabe aquela
nossa canção,
Abstrato
oceano onde navego,
Entre
tormentos e calmarias,
Vela em
riste, remos a toda,
Certo de
sempre porto seguro
Me esperando
serena,
Em braços e
abraços, língua,
Toda nua,
como sempre?
Eu a ouvi
hoje, sabe?
Nota a nota,
pausas, acidentes
Instaurando
a desarmonia do só,
Meu corpo e
minha memória
A deriva,
rumo aos litorâneos
Abrolhos do
desespero,
Sem
bússolas, sextantes...
Pelo menos
estrelas para guiar.
Sou agora
uma coisa à deriva,
Qualquer
coisa esquecida,
Talvez um barco
sem comando,
Sem carga e
sem destino,
Navegando
solitário na canção
Que um dia
navegamos juntos.
Masoquista
em exercício,
Observo o
horizonte
E teclo o
replay novamente.
Francisco
Costa
Rio,
31/10/2014.
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