Mutilado, o
palhaço volta ao picadeiro.
Ele sabe que
sua prótese é a partilha
E o aplauso,
o anúncio de alternativa
Para o que
mistura tristeza e angústia.
No camarim
ele se maquia e se veste,
Peça a peça,
tinta a tinta, dor a dor,
Ensaiando sorrisos
vazios e piruetas,
Pantominas,
cambalhotas e tombos
Escondendo o
que incomoda e subtrai.
O mestre de
cerimônias o anuncia.
Ele enxuga
uma lágrima insistente,
Finge que
não manca nem sente dor,
Afasta as
cortinas e entra correndo.
O espetáculo
recomeçou.
Francisco
Costa
Rio,
22/08/2014.
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