Fosse eu
vidente,
Com olhos
próprios ao invisível
Que se
esconde tão perto,
De que cor
veria o amor?
Seria azul,
como na canção,
Repetindo o
oceano nas manhãs de domingos,
O céu,
quando as nuvens estão de folga,
Em recesso,
longe, chovendo em outro lugar?
Seria verde,
como as plantas que me colorem,
A esperança
(porque se convencionou isso?),
O gafanhoto
faminto que me irrita na horta?
Ou talvez
amarelo, solar luminescência
Estendida
sobre todas as coisas criadas,
Áureo, de
incomum preciosidade estampada,
Luzidio e
brilhante na coroa de cada homem,
Nobreza
amputada no patíbulo do poder?
Quem sabe
vermelho, ígneo, sanguíneo,
Pulsátil e
quente como um coração alegre,
Pendulando
vontades num peito apaixonado?
Lilás, como
aquela tímida e humilde violeta,
Pingo de luz
que se esparrama na manhã?
Mas chega de
divagar sem nexo, poeta!
O amor não
tem cor nenhuma, é incolor,
Transparente,
bastando-se na energia
Que irradia
e emana, justamente para fugir
Dos
preconceitos e se fazer a única alternativa
Para a
condição humana.
Francisco
Costa
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