domingo, 16 de novembro de 2014

E POR FALAR EM LIXO...

Imagine-se um covarde,
Um ser pusilânime, abjeto,
Indigno de se dizer humano,
Menos que um policial corrupto,
Assassino, com dedos de aluguel,
Ou um pedófilo infame,
Capaz de alimentar-se da inocência,
Da inexperiência, do que é puro.

Pouco, muito pouco para o mal.
Imagine-se um racista apartando
Gente em lotes, em rebanhos,
E determinando pretensos motivos
Para justificar a exploração,
A imposição da dor, as carências.

Imagine-se talvez um estuprador,
Um sádico semeador de traumas,
Ojeriza ao sexo, frigidez, dor;
Ou um assassino de aluguel,
Talvez um falsário de remédios,
Envenenando com o que seria cura.

Ainda é pouco, muitíssimo pouco.
Imagine-se um político ladrão,
Ancorando a própria fortuna
Na falta de merenda escolar,
Leitos de hospitais, aposentadorias,
Alçado a patriarca do infortúnio.

Continua pouco, quase nada
Porque distante do que há de pior,
Do juiz que vende sentenças,
Manipula processos e pareceres,
Cria culpados e inocenta os maus,
Faz da justiça balcão de negócios,
Em dinheiro ou benesses políticas,
Criando e mantendo, alimentando
Todos os das estrofes anteriores.

Francisco Costa
Rio, 13/11/2014

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