sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Raiva não, muito menos ódio.
Algumas flores desabrocharam hoje
E estão aflitas para que eu as veja.
Há borboletas e colibris adejando cores,
Em incansáveis voluteios de cintilações.

Porque a foto de um peito na tela,
Um simples peito fará de mim
Revolta posta em poemas?

Poemas são jardins, florescem peitos,
Flores, pássaros, mulheres nuas...
Onde se concentre e concretize o belo.

Não cederei aos eunucos dos sentidos,
Aos castrados da razão, aos amputados
Da sensibilidade. Há em mim o desejo
De ver flores, colibris, borboletas...

E eles não estão onde estão os censores.

Francisco Costa

Rio, 13/08/2013.

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