Amo em mim
esta não resignação,
A
incapacidade de me despir
Da
indignação diante das faltas:
De comida,
teto e futuro;
De sorrisos
e motivos de sorrisos;
Da lisura
diante das coisas públicas;
Do pudor, da
moral, do caráter;
Do respeito,
do amor, da dedicação.
Indignado
também fico
Quando no
repasto do que sobra:
Pretensão do
saber a verdade;
Intimidade
com divindades;
Personalismo,
autocracia, predação;
Violência,
comércio desenfreado,
Preço para
tudo, acomodação.
Este deus do
comum e do trivial
Me
emancipou,
Para que eu
me tornasse cúmplice
No bom
combate do que O ultraja.
Deuses que
arbitram a diferença
E salvam os
indiferentes
Bem poderia
ter mandato
Parlamentar
e jato à disposição.
Meu Deus
chora com as injustiças
E eu, por
instinto e necessidade,
Longe dos
Seus intermediários,
Servidores
do sistema,
Choro junto.
Francisco
Costa
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